quarta-feira, 1 de julho de 2009

Santos e Pecadores


Lê-se aqui que Almeida Santos acha os resultados das Europeias injustos para o PS e para o Governo. Eis o teor do queixume:

«Foram profundamente injustos, porque o descontentamento do povo é resultado da crise e não somos nós os responsáveis pela crise. Pelo contrário, estamos a combatê-la. Acho que não merecíamos esta sanção», declarou o antigo presidente da Assembleia da República, em Paredes.

Que grande confusão, Almeida Santos. As eleições eram europeias. Votaram menos de 1/3 dos eleitores. A crise não estupidifica as pessoas, aqueles que reflectiram contestação ao Governo no voto, talvez tenham outros motivos para além da crise para não confiarem no Governo. Ou talvez, o PS não esteja tão isento de responsabilidades na crise interna persistente. Só para recordar ao PS (governantes na maioria deste período) que entre 2000-2009 Portugal cresceu uma média de 0,5% ao ano, e isto é miserável e leva à destruição da sustentabilidade do sistema de protecção social.

Ainda assim, Almeida Santos mostra-se perdulário com o povo e dá-lhe uma segunda oportunidade para corrigir a “injustiça”. Santos dirige-se aos inconscientes “pecadores” nesta passagem, que em política, é tudo menos feliz:

«Espero que o povo português caia em si e reconheça as reformas realizadas. Espero que reveja a sua opinião sobre este governo e o seu primeiro-ministro», observou Almeida Santos.

Como as coisas mudam no espaço de um mês. É pura intuição mas, entendo que não augura nada de bom imputar ao povo análises injustas. Quem pedia maioria absoluta e agora vem com choradinhos…Está tudo dito.

Abraço,
Sérgio Deusdado

Comentários recentes

Está de acordo com a existência de milhares de lugares de nomeação na administração pública?