Ernest Hemingway, escritor Nobel, foi um grande admirador das touradas. Escreveu um dia:
“As touradas não são um desporto, são uma tragédia com morte inevitável do touro e perigo garantido para o toureiro.”
Hoje, quem passou por touro na AR também “morreu” politicamente e o "toureiro" sente, cada vez mais, o perigo de não sair em ombros no dia 27 de Setembro. Mas o pior foi que a estocada também atingiu a democracia parlamentar.
A substituição do ministro da economia por razões políticas teria sido uma forma do PM relançar a própria recuperação da economia. É algo comum no mundo empresarial ou no futebol. A demissão por acto desrespeitoso da democracia é muito mais grave. Nem ajuda a economia nem ajuda à coesão que o país deve ter em momento de crise aguda. Que confiança podem ter os cidadãos naqueles que se apresentam às próximas eleições para ocupar o parlamento?
Já demitido, em reposta a jornalistas, Manuel Pinho afirmou que não seguirá a carreira de político e que espera ter umas "belíssimas férias" com a família. Soa a desresponsabilização, induz na ideia errada que a demissão redime o país e a democracia. De facto, esta lastimável atitude, ensombra a actividade política e pouco se importa com aqueles que, não tendo responsabilidades no Estado a que isto chegou, como os candidatos pelo MMS, querem contribuir positivamente para desenvolver este país e para o engrandecimento da democracia abdicando de férias para fazer campanha, para dizer aos portugueses “temos de MUDAR PORTUGAL” e vão ouvir de volta “…sois todos iguais, malcriados, mentirosos, incompetentes e corruptos.”
Abraço,
Sérgio Deusdado