quarta-feira, 3 de junho de 2009

A desnaturalização dos partidos costumeiros

Non in depravatis, sed in his quoe bene secundum naturam se habent, considerandum est quid sit naturale.


Aristóteles, Política, livro I, cap. II, citado por Rousseau no “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.


Não no que está distorcido, devemos procurar o que é natural, mas no que está bem ordenado pela natureza.


Aristóteles entenderia que o natural e a ética se desencontram com prejuízo para a humanidade. Tomando, hoje, a democracia como natural, a partidocracia emergente não é mais que uma degeneração de ética de quem a desenvolve num regime democrático.


Traduzido para o cenário político português significaria qualquer coisa como: “não é natural procurar soluções de reabilitação da democracia portuguesa nos partidos que a fizeram degenerar durante décadas”.


Por isso, novos partidos como o MMS - Movimento Mérito e Sociedade fazem falta. Grassa a abstenção graças à descrença nos partidos instalados. Inovar é preciso e, muitas vezes, edificar de raiz evita futuros problemas estruturais. Sem arroubos de Sebastianismo nem snobismo, não há nenhum problema no facto de o MMS reeditar, aqui e ali, algumas das ideias já avançadas, em tempos, por outros partidos. O problema esteve e continua a estar nesses partidos que nunca as chegaram a concretizar, porque por falta de ética política e democrática se desnaturalizaram. Provas? Veja-se a dificuldade de convivência entre gerações no PS. Para os que respondem com a pluralidade pergunto eu: e criticam o MMS por não se considerar estritamente de uma qualquer zona contígua entre esquerda e direita?


Ocorrem-me uns anúncios que andam por aí que dizem: “Vais mudar ou vais continuar a sofrer?”


mudar_ou_sofrer


Abraço,

Sérgio Deusdado

Nota: Artigo também publicado aqui.

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Está de acordo com a existência de milhares de lugares de nomeação na administração pública?